Campo Grande tem ambulatório referência em doença que levou Lula para Hospital

Presidente tem labirintite, condição que é tratada no Ambulatório de Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio

| ÂNGELA KEMPFER / CAMPO GRANDE NEWS


(Foto: Divulgação)

Campo Grande é destaque nacional no atendimento a pacientes com tontura e distúrbios do equilíbrio, condição que recentemente levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cancelar um dia de agenda e procurar o hospital. A cidade tem um dos dois únicos ambulatórios do País especializados em neurologia para investigação e tratamento de doença a labirintite no SUS. O Ambulatório de Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio funciona no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, desde 2018.

'Ele foi fechado durante a pandemia de covid-19 e retornou as atividades em agosto de 2021', explica a neurologista Aline Kozoroski Kanashiro, que coordena o núcleo. O trabalho é investigar e tratar as doenças que afetam o labirinto e as suas conexões com o cérebro.

O outro no Brasil a faze ro mesmo é o  Hospital das Clínicas em São Paulo. Para ar o serviço, é necessário seguir o fluxo da rede pública. “O paciente deve primeiro procurar a unidade de saúde mais próxima de casa e ar por uma consulta médica. Se houver necessidade, o paciente é encaminhado para a consulta com especialista, no ambulatório. Os agendamentos são feitos pela regulação', diz Aline

A neurologista ressalta a importância do serviço especializado: “Há diferentes doenças que afetam o labirinto e/ou suas conexões dentro do cérebro, cada uma dessas doenças possui critérios diagnósticos e tratamentos específicos. Entre as doenças mais comuns estão a VPPB (vertigem posicional paroxística benigna), a doença de Ménière, a migrânea vestibular e o AVC que se manifesta com sintoma de vertigem e desequilíbrio.'

Na avaliação da neurologista, além de atender, diagnosticar, tratar e orientar os pacientes com os sintomas de tontura ou vertigem,  a grande importância deste ambulatório é propagar o conhecimento através do ensino para os residentes de Neurologia do HRMS e combater a desinformação sobre os distúrbios do tipo.

Um dos principais problemas enfrentados, segundo a neurologista, é o uso incorreto do termo “labirintite'. “O maior risco que a ‘labirintite’ pode trazer para as pessoas é o diagnóstico incorreto. A labirintite é uma das doenças mais raras do labirinto, mas infelizmente o termo ‘labirintite’ é usado de forma errada por muitos médicos, pacientes e pela população em geral. Além disso, a labirintite ocorre apenas 1 vez na vida, sendo quase impossível existirem crises de labirintite.'

Aline cita pesquisas que mostram que a labirintite acomete somente em 1% dos casos entre todas as doenças vestibulares. Por isso ela reforça. “Não usem o termo ‘labirintite’ como sinônimo de qualquer tontura. Quando um paciente recebe o diagnóstico de ‘labirintite’, ele perde o direito de receber o diagnóstico e tratamento corretos para a sua tontura. Isto resulta em persistência dos sintomas, redução da qualidade de vida, risco de quedas, sequelas neurológicas e efeitos colaterais das medicações prescritas incorretamente, como por exemplo, sintomas parkinsonianos.'

A neurologista alerta ainda que a confusão pode ocorrer em casos de AVC. “O grande problema desses sintomas é que eles podem ser a manifestação de um AVC, que é muito mais frequente que a labirintite e o diagnóstico diferencial deve ser realizado pelo neurologista no início dos sintomas.'

Sobre os sintomas e tratamentos, a especialista detalha: “A verdadeira labirintite é uma infecção ou inflamação que envolve, ao mesmo tempo, o labirinto e a cóclea (responsável pela audição), resultando sintomas típicos com vertigem/tontura intensa, contínua e prolongada, com duração de no mínimo 24 horas, que piora com qualquer movimento da cabeça, associada a perda de equilíbrio, náuseas, vômitos e surdez aguda, e todos os sintomas se iniciam ao mesmo tempo. É importante ressaltar que o paciente deve referir que é a primeira vez que está tendo esse tipo de tontura ou vertigem, porque a labirintite acontece como um único episódio na vida.'

Segundo ela, a doença é controlada quando o tratamento é realizado de forma adequada. 'Podem ocorrer sequelas, mas elas não são incapacitantes, principalmente quando é realizada fisioterapia para reabilitação vestibular', explica a médica.

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