Adolescentes relatam abusos em centro de treinamento militar
As vítimas alegam que o instrutor as tocava de forma inapropriada durante as aulas práticas
| BRUNA MARQUES / CAMPO GRANDE NEWS


Duas mães procuraram a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) nesta segunda-feira (9) para registrar boletins de ocorrência contra um instrutor de um centro de treinamento militar voltado a adolescentes, em Campo Grande. As denúncias foram feitas por suas filhas, ambas de 12 anos, que relataram episódios de abuso durante as atividades na instituição.
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Duas meninas de 12 anos denunciaram à DEPCA, em Campo Grande, um instrutor de um centro de treinamento militar para adolescentes por abuso sexual. As vítimas alegam que o instrutor as tocava de forma inapropriada durante as aulas práticas, aproveitando-se da proximidade física. As famílias das meninas relataram que os abusos foram comunicados à direção da escola, mas nenhuma providência foi tomada. Uma das vítimas relatou que o instrutor a tocava nos seios repetidamente durante as instruções. Outras alunas também teriam sofrido abusos semelhantes. A Polícia Civil informou que as investigações correm em sigilo, por envolverem menores de idade. O centro de treinamento afirmou que irá se pronunciar sobre o caso posteriormente. O instrutor acusado não compareceu ao trabalho no dia da denúncia.
A reportagem encontrou, em frente à delegacia, a mãe e a tia de uma das vítimas, que aguardavam atendimento desde as 13h. Segundo elas, a criança decidiu contar o que havia acontecido após ouvir relatos semelhantes de colegas de turma. Os abusos teriam ocorrido durante o período de internato e, de acordo com a família, foram comunicados à direção da escola, mas nenhuma providência foi tomada até o momento.
Uma das vítimas começou as atividades no local no semestre ado. Segundo a tia dela, auxiliar de vendas, 35 anos, o profissional aproveitava os momentos de aulas práticas para ar a mão nos seios da menina.
“A princípio ela achou que teria sido sem querer, mas depois foi acontecendo diversas vezes. Ao conversar com as colegas de classe, as garotas também relataram os abusos. Ela contou ontem e hoje decidimos ir na delegacia', explicou a mulher.
A mãe da mesma menina, 30 anos, contou que a filha relatou que durante as aulas, o treinador ficava muito próximo das alunas. “Quando ia dar instrução apoiava a mão no peito dela, propositalmente, puxava pela cintura. Minha filha falou que tentava tirar a mão e ele não tirava. As meninas relataram que o jeito dele agir é o mesmo. As outras três vítimas não sabemos se contou para os pais', disse a mulher.
A vítima contou que decidiu relatar os fatos a mãe a tia após se sentir incomodada com o comportamento do instrutor. “Ele me dá aula desde o ano ado, mas foi esse ano que os abusos começaram', disse.
Segundo a jovem, o objetivo do centro de treinamento é formar adolescentes que querem seguir carreira militar. No local é oferecidas aulas de reforço, português, matemática, inglês e também treinamento para quem quer ar em concurso. “Tem o TFM (Treinamento de Formação Militar) basicamente o que tem no Exército, só que mais leve'.
Questionada sobre a denúncia, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que ocorrências que envolvam crianças e adolescentes seguem em sigilo.
O Campo Grande News entrou em contato com a unidade de treinamento onde as alunas estudam e foi atendido por uma funcionária. Ela informou que rearia o caso aos responsáveis pela instituição e que o retorno seria feito posteriormente. Conforme apurado pela reportagem, o instrutor denunciado não compareceu à escola nesta segunda-feira.
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