Riedel defende protagonismo de MS na COP 30 com produção aliado à preservação

Governador afirmou que, historicamente, Brasil foi “engolido' por narrativas que nos associam ao desmatamento

| LUCAS MAMéDIO E MARISTELA BRUNETTO / CAMPO GRANDE NEWS


O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), durante evendo em Bonito

O Fórum Lide COP 30 foi aberto nesta sexta-feira (30), em Bonito, com a defesa de que o Brasil assuma papel de liderança nos debates ambientais da conferência da ONU marcada para novembro, em Belém (PA). O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), e o anfitrião do evento global, governador Helder Barbalho (MDB), abriram os discursos reforçando a mensagem de que é possível desenvolver a economia sem abrir mão da proteção ambiental.

Riedel afirmou que, historicamente, o Brasil foi “engolido' por narrativas internacionais que associam o país apenas ao desmatamento e aos crimes ambientais, muitas vezes respondendo com raiva e impulsividade. “É possível mostrar o outro lado, que é o do desenvolvimento com preservação', afirmou. Segundo ele, a COP30 será uma vitrine para reposicionar o país no cenário global.

Um dos exemplos apresentados pelo governador foi a política estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que cria valor financeiro para áreas preservadas. “O Estado diz ao produtor: se você não quiser abrir e revender essa licença, a gente compra. A floresta a a ter valor econômico', disse. Riedel também destacou que 94% da energia gerada no Estado é de fonte renovável, como etanol de milho e cana-de-açúcar, sem competir com a produção de alimentos.

Pantanal e Amazônia em destaque - Helder Barbalho reforçou que a COP 30 no Brasil tem valor simbólico, sobretudo por ocorrer na região amazônica. Ele elogiou Mato Grosso do Sul como exemplo de sustentabilidade, citando a preservação do Pantanal. “Pantanal e Amazônia são os principais holofotes ambientais do país', afirmou.

No caso do Pará, o governador destacou que o Estado mantém 75% da floresta nativa e, ao mesmo tempo, abriga o segundo maior rebanho bovino do país, com 26 milhões de cabeças. Também ultraou Minas Gerais como maior fonte de mineração, o que, segundo ele, comprova que é possível produzir e preservar.

Entre as propostas para a COP30, Barbalho citou o rastreamento total da cadeia bovina — do nascimento ao abate - e a instalação de um parque de bioeconomia. O Estado também leiloou na Bolsa de Valores uma área destinada ao plantio de florestas, que deve gerar R$ 1 bilhão em créditos de carbono. A receita será revertida para comunidades indígenas, moradores da floresta e produtores que mantiverem áreas preservadas.

Em entrevista ao Campo Grande News, o ex-governador de São Paulo e empresário João Dória Júnior ressaltou a relevância estratégica de Bonito como sede do fórum preparatório para a COP30, destacando que a escolha do município sul-mato-grossense não foi por acaso.

Segundo ele, a iniciativa nasceu há cerca de um ano e meio, durante um encontro do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) realizado em Zurique, na Suíça, quando o governador Eduardo Riedel lançou a proposta de antecipar discussões sobre sustentabilidade e transição energética em território brasileiro.

“Foi uma proposta ousada e muito bem pensada. Riedel enxergou lá atrás a oportunidade de colocar Mato Grosso do Sul na vanguarda das pautas globais sobre meio ambiente, clima e desenvolvimento econômico sustentável', afirmou.

Para Doria, a realização do fórum em Bonito representa um marco simbólico e prático: simboliza a integração entre potencial natural e responsabilidade institucional, e, ao mesmo tempo, prepara o Brasil para protagonizar os debates da COP30, prevista para ocorrer no Pará em 2025. “Bonito é um lugar que representa o que o mundo busca hoje: natureza preservada, consciência ambiental e vontade política de transformar isso em desenvolvimento', disse.

Painéis e convidados - O evento segue ao longo do dia no Hotel Zagaia com três painéis principais: “Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade: um equilíbrio necessário', “Oportunidades, negócios e a economia sustentável' e “A contribuição da agroindústria para a sustentabilidade'.

Entre os convidados estão os ex-ministros Henrique Meirelles (Fazenda e Banco Central), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente). O cantor Almir Sater também participa do fórum e encerra a programação com um show.

O encontro é realizado pelo Grupo Lide, com apoio do Governo do Estado e da Fiems, como preparação para a participação brasileira na COP30, prevista para o mês de novembro, em Belém.

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