Combatida por vacina disponível nos postos, Influenza A segue em crescimento em MS
A vacina disponibilizada pelo SUS protege contra três cepas de vírus da gripe. Isso inclui a Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B
| MIDIAMAX/JENNIFER RIBEIRO
Os casos de Influenza A seguem em crescimento em Mato Grosso do Sul, mesmo com a disponibilidade gratuita de vacinas nas unidades de saúde. Os dados são da nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgados nesta quinta-feira (22). A análise ainda aponta um aumento de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por VSR (Vírus Sincicial Respiratório), que mantém impacto expressivo nas hospitalizações de crianças de dois a quatro anos e na mortalidade até os dois anos.
A atualização do boletim refere-se à semana epidemiológica 20, período de 11 a 17 de maio. Conforme o levantamento, 20 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG por Influenza A em nível de alerta, risco, ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Mato Grosso do Sul faz parte do índice.
Conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), Mato Grosso do Sul já registrou, em 2025, 269 óbitos e 3.455 casos confirmados por SRAG. Desses, 431 casos foram por Influenza A H1N1; 230 por Influenza A não subtipado e 9 por Influenza A H3N2.
Vale lembrar que a vacina disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) protege contra três cepas de vírus da gripe. Isso inclui a Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B, conforme a Instrução Normativa nº 261, de 25 de outubro de 2023, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Vacinas salvam vidas
A campanha nacional de vacinação contra a gripe acontece há mais de 10 anos. Entretanto, a falta de informação e a disseminação de conteúdos falsos continuam a prejudicar a ampliação da cobertura vacinal.
Para se ter uma ideia do tipo de desinformação espalhada, o Ministério da Saúde desmentiu publicações que circulavam na internet alegando que os imunizantes contra a gripe carregariam “vírus e fungos do câncer'. Isso é mentira.
Todas as vacinas am por rigorosos testes e análises antes de serem aplicadas na população, e não há comprovação científica alguma de que pessoas possam desenvolver câncer em decorrência da vacinação.
A vacina contra a influenza é produzida com vírus inativados, fragmentados e purificados — ou seja, não é capaz de causar a doença. Além disso, sua composição e concentração de antígenos são atualizadas anualmente, conforme orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A estratégia de vacinação contra a gripe foi incorporada ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) em 1999, com o objetivo de reduzir internações, complicações e óbitos entre a população-alvo. A vacina é segura, eficaz e pode ser istrada simultaneamente com outras do calendário nacional.
Um exemplo recente sobre o poder da vacinação foi o da covid-19. O número de mortes pelo coronavírus caiu em Mato Grosso do Sul, em 2022, quando comparado ao ano de 2021. Em um ano, as vítimas que perderam a vida para o vírus diminuíram 85%.
Vacina é segura
Durante ações itinerantes e nos postos de saúde, servidores relatam declarações como: “Tomei a vacina ano ado e peguei gripe', ou “Tomei e não acredito', “Tenho medo de tomar a vacina porque pode não ser segura'. Essas descrenças favorecem a alta circulação do vírus.
A superintendente de Vigilância em Saúde Ambiental da Sesau, Veruska Lahdo, reforça que a vacina é segura. Ela esclarece que a imunização não impede totalmente a infecção, mas reduz significativamente o risco de complicações.
“Ser vacinado contra a influenza não quer dizer que ela não vá ter influenza, mas que a vacina vem como medida de reduzir as complicações decorrentes de uma infecção, caso essa pessoa tenha contato com o vírus influenza. Por isso, reduz as chances de internação e óbitos. Quando a pessoa tem muitas dúvidas em relação a isso, a gente orienta para não dar atenção a notícias falsas. A melhor indicada para tirar essa dúvida é um profissional da saúde.'
Idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades precisam aderir ao imunizante por estarem no grupo de risco — ou seja, com maior chance de desenvolver formas graves da doença ou evoluir a óbito.
Lahdo destaca que os pontos itinerantes foram ampliados para alcançar quem alega falta de tempo, como em mercados e shoppings, além da extensão do atendimento para o período noturno.
“O vírus respiratório que mais circula nesse momento, na Capital, além dos outros respiratórios, é o da influenza. Contra ele, temos uma vacina eficaz para evitar as formas graves. A vacina vem como meio de reduzir a transmissão do vírus no meio da nossa população', finaliza.
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